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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Vida de publicitário - [r]evoluções do mercado

Esta semana o texto que vou clipar tem aparecido nos mais diversos blogs de publicidade. Não é por menos, é uma crônica muito bem escrita e interessante sobre as mudanças que têm ocorrido no mercado publicitário. O texto foi escrito por Ricardo Cavallini, professor de marketing direto,VP de Convergência da Fischer+Fala e editor do Coxa Creme.

Segue:

Um mercado que vive de ideias, não valoriza quem as tem


Não deve ser diferente em muitos outros mercados, mas falo pelo meu: a maioria das agências não se preocupa com qualidade de vida. Não existe plano de carreira, não se investe em treinamento, o estagiário é sinônimo de mão de obra barata e o RH funciona apenas como assistente administrativo pra receber nota e entregar o tico refeição.

Uma das principais amostras dessa cultura é percebida quando alguém sai da empresa. O ex-funcionário é visto como um traidor que abandonou o time. A pessoa só vale pelo o que ela faz no dia de hoje, seu passado pela empresa pouco interessa. Algumas até tiram os nomes de ex-funcionário nas fichas de prêmios, mesmo que a participação deles tenha sido vital.

Mas o pior mesmo, é a questão da qualidade de vida. A maioria das agências funcionam como sweatshops. É nego virando noite e chefes que lembram o Capitão Nascimento.

Por quê a gente é assim

Para entendermos os porquês disso, é preciso olhar para o passado. Minha teoria é simples e pode ser explicada por um único motivo: não existia necessidade.

Choviam bons profissionais, existiam aos montes. Eles batiam na porta das grandes agências pedindo pelo amor de Deus para entrar.

Para ter uma ideia, no começo da década de 90, trabalhei em uma agência que as pessoas pediam até para ficar de graça. Lembro de um assistente de arte que ficou 2 anos sem ganhar nada, nem tico refeição.

Trabalhar em agência significava ter balada toda semana. Ganhar presentes e viagens. Poder tomar whisky, fumar na mesa de trabalho e até dar um tapa na pantera quando desejado.

Trabalhar de chinelos quando isso não era moda, se vestir como mendigo e ainda assim ter uma carreira meteórica e poder ganhar altos salários.

Resumindo, agência de publicidade era o único lugar onde você poderia ser yuppie e hippie ao mesmo tempo.

E com tantos “benefícios”, em troca o patrão podia cagar na sua cabeça todo dia. Cagar com tamanha propriedade que ninguém acreditaria se passasse na novela.

Os almoços de 3 horas eram seguidos virando a noite trabalhando 3 dias seguidos. O lado bom e o lado ruim se alternava com uma frequência incrível.

No começo da carreira, pedi demissão de um lugar quando descobri que um colega entrou para trabalhar na quarta de manhã e saiu no domingo a noite, sem sair nem pra almoçar ou jantar, comendo lanche em cima da mesa.

Em outro lugar, fiquei 3 anos sem férias nem finais de semana. E quando ia para casa no domingo às 10 da noite, as pessoas me olhavam feio.

Por estes e outros motivos, o turnover nas agências é altíssimo. Nesta agência em específico, chegou perto dos 80%. Em um ano de trabalho, poucos resistiam. Alguns surtavam, outros ficam doentes, outros simplesmente pediam as contas para trampar em lugares menores. Teve até um cara que deu um soco na boca do patrão. Coisa de novela.

Assim como os outros, esta foi a minha opção. Com altos e baixos, eu sempre fui feliz neste mercado, mesmo não sendo adepto dos tais “benefícios”, por isso não se trata de uma reclamação, mas de relatar os fatos. Não são minhas histórias, mas a de todo mundo que está nesse mercado faz alguns anos.

E infelizmente, realidade também para o povo das agências digitais. Justo elas, que sempre criticaram o modelo das tradicionais.

A mudança

Mas o mercado mudou, de formas e jeitos diferentes. A lucratividade, que sustentou boa parte destes devaneios, caiu muito.

E mesmo que os estudantes de faculdade de comunicação não saibam disso, os tais “benefícios” diminuíram todos.

Sem contar que muitos destes “benefícios” já não são encarados como tal. Fumar e beber no trabalho já não é mais o objetivo de muita gente. Muito menos ter alguém fumando e bebendo do seu lado o dia todo.

Mesmo não sendo o principal fator na escolha do emprego, os jovens de hoje valorizam mais a qualidade de vida. As pessoas estão cobrando mais caro para vender a alma ao diabo.

E não chovem mais bons profissionais para todo lado. Para ser um bom profissional, não basta apenas ser criativo, ter boa cultura e boa vontade.

O conhecimento técnico de cada área aumentou muito. O consumidor ficou mais exigente, o ambiente mais complexo e todos precisaram se profissionalizar.

A complexidade disso tudo elevou à décima potência com a entrada do ambiente digital.

Achar bons profissionais digitais é muito difícil. Mantê-los felizes, mais ainda. E são raros os profissionais que conhecem o ambiente tradicional e o ambiente digital. Dá pra contar na mão, na mão do Lula, que tem menos dedos. Até que essa divisão deixe de fazer sentido na prática, treinar gente é caro e manter os bons profissionais está cada vez mais difícil.

Processos e cultura passaram a ser mais importantes que nunca. Enfim, investir em pessoas passou a ser fundamental por vários motivos.

Não era necessário mas agora é. E a maioria dos gestores demorou para perceber. Acho que a maioria ainda resiste a ideia. Parece estranho para quem sempre viu as agências como um padrão de empresa ágil e moderna.

Mas empresas são empresas. Como eu disse, talvez não seja diferente de nenhuma outra categoria ou indústria.

A boa notícia é que estamos no começo desta mudança. Eu já percebo em várias agências um movimento contrário, onde o RH começa a ganhar força, existem investimentos em treinamentos e preocupação com a qualidade de vida de seus funcionários.

Não são todas e ainda existe muito para ser feito, mas é um começo.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Young & Rubicam contrata o redator Guigo Oliva

A notícia saiu ontem no Clube de Criação de SP. A Young & Rubicam acaba de contratar dois criativos vindos da Neogama/BBH, Guigo Oliva e Fábio Rodrigues.

Guigo Oliva tem um histórico bacana em agências: passou pela DPZ, Talent, JWT e a já citada Neogama/BBH.

Para quem quer conhecer (ou relembrar) algumas peças que ele criou, segue abaixo uma pequena seleção:

Net Virtua - Hippie



Tilibra - Roqueiro



Playboy - Livro "O Humor da Playboy"


Grupo Santander - Acredite no valor da diversidade


terça-feira, 28 de setembro de 2010

Não faça propagandas ruins

Já ouviu falar do The Eagle Awards? Eu não conhecia, mas adorei a campanha deles para divulgar a premiação.

Com um estilo muito bem-humorado, lembrando a velha lição do Chavez ("a cada vez que você respira, morre um chinês"), o conceito desenvolvido é:

A cada propaganda tosca que você faz, alguma coisa ruim acontece.
E aí, vale uma fada que perde as asas, um unicórnio que morre, um coelho fofinho que comete suicídio.

Quem trabalha em agência sabe que, quando é feita uma propaganda tosca, algo ruim acontece (você leva uma mordida das garotas raivosas do atendimento, uma comida de rabo do chefe e coisas do tipo), mas nesta campanha quem se fode sofre é um inocente!

Por isso, redatores, pensem bem quando escreverem suas próximas peças, ou parem de escrever (assim como o Chavez parou de respirar). #not




ps: quem criou os anúncios foi a agência King James e o redator é o

;-)
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